Vinícius Schneider

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

E agora João? Cap VII

Perdido entre vídeos no youtube, João ia decidindo seu futuro. Hora uma coisa,hora outra, hora coisa e tal, hora tal e coisa, e continuava no seu mundo, mas com vontade de mudar. Desligou o rádio, aquela música do Skank “simplesmente” era o fim da vida do João, que era visivelmente tomado de capacidade e talento, porém desprovido de vontade, ou força de vontade ao menos, preguiça!
Sem contato a mais de uma semana com sua namorada, que ele planejava conhecer em breve, passou a preocupar-se, ela teria excluído ele do MSN? Doente? Será que morreu? Talvez só não queira mais brincar. Perdeu-se o sinal da internet, e então João perdeu tudo. Resolveu sair pra beber com os amigos. João não tinha amigos então foi sozinho.
João não cansava de tentar entender por que era tão feliz e ainda assim sempre lhe faltava algo. Pensava ele, só pode ser essa babaquisse que toma conta do mundo, a triste moda do ser fútil, as crenças e filosofias que só servem de máscara. João sorriu, ele sabia que é igual a toda essa gente.
Quando deu por si, João já não estava só, havia uma mulher ao seu lado que lhe doou um fraternal e simpático sorriso que dividiu a atenção dele, o retilíneo sorriso e o decote protuberante. Ninguém poderá culpar o pobre João por não retribuir o “olá” da moça, ela realmente era linda, era exatamente o que ele esperava da sua namorada, ou ex, virtual.
Depois de alguns segundos sentindo seus dentes dançarem na boca ele soltou um oi desajeitado respirou fundo sentindo-se incólume, ao menos se ela não resolvesse prosseguir com o diálogo. E foi o que ela fez.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Será amor Josiel? quem diria. Cap VI

Josiel não saía à noite, não mais. Se sentia perturbado, vazio, perdido.
Quem era aquela mulher que destruiu seu jeito simples de viver? Era a mulher perfeita pra ele, uma boa noite de sexo, sem despedida, sem troca de telefone, sem cobranças. Era exatamente como ele gostaria que fosse, se sentia assim o melhor e maior predador, isso inundava o seu ego. Mas dessa vez era diferente.
Josiel resolveu escrever para Helena, mesmo saber quem é ela, mais que isso, por momentos ele chegava a duvidar que ela existe, que esteve com ele.
Quando acordar e não precisar da companhia pra sentir meu cheiro, não precisar me ouvir pra sorrir com o quão lhe divirto, não precisar me sentir pra lembrar de como é bom quando lhe dou carinho, não precisar me ver pra perceber o quanto meu sorriso é contagiante. Quando não precisar pensar e nem pegar minha foto pra ver como e quem eu sou, quando tu pensar que teu maior contentamento é me ver feliz, que mudaria a rota do planeta pra estar ao meu lado, quando tu perceber que nada, em absoluto, te faria afastar-se de mim após nos encontrarmos.
Ai sim, tu vai entender exatamente o que se passa na minha cabeça agora. Eu poderia chamar de amor, sem medo de errar
”.
Josiel, ô Josiel calma lá!
Josiel, sentiu um aperto e os olhos marejarem, enquanto assistia o ocaso pela janela do seu apartamento, pensava então se era aquele o pôr-do-sol mais lindo que já havia visto ou se ele é que via com outros olhos. E pra acabar o dia ainda mais estranho, Josiel, de uma forma que não lembrava antes, sentia falta de ter um Pai, precisava de um conselho, um abraço, um apoio.