Vinícius Schneider

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O produto sou eu - Cap X

Marketing, era o que Josiel fazia de melhor, adorava seu trabalho. Mais que isso, era quase insuperável o seu prazer em vender imagem, principalmente a própria, para as diversas estagiárias que rodavam de quando em quando em uma das maiores empresas de publicidade que era seu ganha pão, e claro, carne.
Ausente a tempos da boemia, Josiel andava sossegado. Queria algo novo, um desafio. Precisava descobrir o que lhe era novo pra assim saciar essa fome de "algo novo" que lhe envolvia.
Em um momento de pouca inspiração, e vontade de trabalhar, Josiel jogou discretamente seu olhar pela empresa procurando algo que o desafiasse. A loira alta dos olhos verdes, a morena de ancas largas e cabelo espesso, a espalhafatosa estagiária de vendas, a introspectiva estagiária de design gráfico. Nada muito atrativo.
Hellen, recém efetivada na empresa sempre deixou Josiel pensativo. Devia ter 1,70m, talvez 1,75, olhos negros um pouco puxados, cabelos grossos e pretos, um perfume suave e duradouro, ficava no ar por um longo tempo nos lugares por ela passava, boca pequena, lábios rosados sempre sem batom, maquiagem bem de leve, sempre de saia e regata com desavantajado decote. Seios bem meio termo, ás vezes pareciam faros, as vezes pareciam faltar. Bunda redonda e empinada, mas longe da aparência das "siliconadas". Ela passava desapercebida a maioria das vezes. Certamente nunca estaria numa capa de revista, mas certamente estaria nas primeiras opções de qualquer homem na noite.
Josiel tinha um alvo, tinha um motivo.
- Hellen, posso solicitar tua atenção no fim da tarde? Indagou Josiel
- E estou no meu trabalho, com licença. Respondeu ela.
Josiel sorriu, assentido. - Desculpa, acho que não me expressei bem. Tu tens algo programado pra o fim da tarde? Preciso de uma planilha atualizada das datas de entrega dos projetos pendentes. Queria ver se tu pode fazer pra mim.
Sem jeito, com o rosto levemente rosado, desviou o olhar e lhe deu um breve sim. - Até o fim da tarde te envio por email.
- Obrigado. Agradeceu - Depois podemos ir jantar se tu não tiver programado nada.
E saiu antes que ela pudesse pensar em alguma resposta.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Voltando a ativa. Cap IX

Josiel ia recuperando o fôlego enquanto se deliciava com a visão de Fernanda completamente nua deixando seus dedos deslizarem bem devagar pelo seu corpo, um misto de cócegas e excitação lhe ocorria a cada mudança de direção. Ele não conseguiu deixar de compará-la com Helena. Ela jovem, cheia de energia e sem pudor algum, era deveras mais atraente que ela, mas havia algo que não o deixava parar de desejar Helena ali nua, com ele.
Mas da mesma forma que Helena desapareceu da vista de Josiel, ela ia sumindo dos seus pensamentos agora, à medida que Fernanda ia beijando seu peito, barriga deixando seus lábios carnudos umedecer pedaço a pedaço do abdômen dele, e beijando devagar cada parte do corpo dele.
Pela manhã, com o sol entrando pela janela do quarto, completamente as claras era ainda mais impressionante o diamante lapidado por Zeus que Josiel via em sua cama, ele poderia ficar horas admirando aquela beldade enquanto ria em pensamento tentando entender como ele fez pra merecer tanto, e mais, de onde veio capacidade pra ele ter conseguido satisfazer aquele poço de prazer que ele tinha ao alcance das mãos.
O barulho de água corrente e copos batendo intrigou Josiel enquanto ele tomava banho, mas foi maravilhoso ver aquela morena monumental usando a camisa dele (só a camisa) enquanto lavava a louça de dias. – Não precisa fazer isso Fê, eu sempre limpo tudo no domingo. Ela rindo disse, - Até domingo os bichos teriam tomado conta do teu Ap.
- Jô me leva até a porta?
- claro.
- me liga pra combinarmos algo?
- ligo sim, pode deixar.
- Jô
- oi?
- tu não tens meu número.
- ah claro, desculpa.
A maré tinha virado. Ele sabia que a próxima noite seria diferente, o amanhecer seria igual. Com mais um telefone na agenda, daqueles que depois de um tempo tu olha e pensa “quem é essa fulana?”.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Retorno de Josiel. Cap VIII

Já eram quase duas da manhã, Josiel permanecia escorado no balcão com sua cerveja, e nada o atraía mais no momento. Estava bem, confortável e confortado pela cerveja bem gelada. Até que surge uma morena magnífica, não de parar o trânsito, mas de causar um engarrafamento histórico em qualquer cidade. Uma mulher que seria impossível passar despercebida em qualquer lugar que fosse. Fernanda, ele jamais esqueceria a rechonchudinha colega do colegial, a preferida para os fins de festa de toda sua juventude escolar. Aquela que ninguém queria, mas ninguém ousava descartar. A duvida de momento era como ela se transformara aanaquele monumento que desfilava em sua direção.
-Oi Jô, lembra de mim? Disse ela. Com a voz mais doce que o favo do mel, e mais firme que a de um gladiador frente a um camponês cegueta e manco.
Dando-lhe as costas Josiel num tom despretensioso, quase melancólico dispara – E há como esquecer o que eu mais desejei durante a maior parte da minha vida? Foram três passos pra longe do balcão até que Fernanda pegasse sua mão e o olhasse derretendo-se feito manteiga no fogo. Josiel teve certeza, o bom Josiel estava de volta, resposta rápida, raciocínio meteórico e conhecimento de causa pra não ter como errar o bote. Era questão de tempo e ela estaria envolta em seus braços. Mas calma lá Josiel, o tempo passou e ela mudou, gorduras estão exclusas do vocabulário sinuoso de seu corpo e auto-estima está escrita em cada página do mesmo. Mas nada disso importava, Helena havia desaparecido dos pensamentos dele sem nem se quer ele perceber.
Enquanto ela falava de suas aventuras no Canadá durante seu pós graduado, Josiel ia lembrando-a de o quanto ela sempre saiu bem nas notas, de o quanto era bem vista pelos professores e colegas, trabalhos em grupo eram uma briga pela companhia dela, o fato da linda casa cheia de quitutes, a piscina e o tobogã que haviam na casa dela, ele preferiu não citar.
-Achei que nunca mais ia te ver, ali muitos sonhos se perderam. Família, viagens, os filhos que eu sempre sonhei tanto foram sumindo aos poucos junto com as possibilidades de te re encontrar. Disse ele enquanto ela arrepiava todos os pelos do braço e suspirava quase em silêncio. Ele sabia, a fatura estava liquidada.
Depois de algumas cervejas e as duas caipiras de morango que a moça bebericou, Josiel não se conteve e perguntou como a moça se transformara naquele exemplo de beleza e simetria. –Equitação Jô, o aras de meu Pai foi generoso comigo. Respondeu com um sorriso debochado a recém formada veterinária. Completou indagando – Tu moras longe Josiel? Gostaria de te mostrar o que aprendi nesses anos de equitação. Josiel torceu pra que ela não tivesse um chicote, pagou a conta e encaminhou-se para a saída de braços com Fernanda.